O Hospital São Vicente informou que não utiliza mais hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus.
Segundo nota desta quinta-feira (28), a instituição disse aguardar novos trabalhos que possam confirmar sua eficácia ou não.
“A literatura atual informa que o medicamento é contraindicado. O tratamento aos pacientes tem sido realizado de forma individual, o que inclui a combinação de diversos medicamentos, conforme o quadro clínico e histórico do paciente”, escreveu.
Desde o dia 3 de abril, o medicamento era prescrito para casos graves da doença, como foi divulgado. Casos leves passaram a ter indicação de uso da hidroxicloroquina a partir do dia 9 de abril.
Na ocasião, o tratamento foi expandido aos demais pacientes, desde que não houvesse contraindicações, como condições cardíacas.
Na segunda-feira (25), a Organização Mundial da Saúde declarou que interrompeu os estudos envolvendo a cloroquina e a hidroxicloroquina como possível tratamento em pacientes com Covid-19.
A decisão, que vale para a iniciativa Solidariedade, da própria OMS, foi incentivada por um estudo publicado na sexta-feira (22), na revista médica e científica “The Lancet”, que analisou os efeitos destes medicamentos sozinhos ou combinados em um grupo de mais de 96 mil pacientes de 671 hospitais, divididos em seis continentes.
A pesquisa mostrou que houve mais mortes entre os pacientes que utilizaram os medicamentos do que aqueles que, mesmo infectados, não tomaram o composto de cloroquina sozinha ou combinada.
A chance do desenvolvimento de arritmia cardíaca também foi maior entre aqueles que utilizaram o remédio no tratamento contra Covid-19.