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EDUCAÇÂO

Ministro da Educação, Abraham Weintraub deixa o governo

A queda do titular da pasta foi anunciada por meio de um vídeo em que ele aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro

Publicado em 18/06/2020 às 05:13

O ministro Abraham Weintraub não faz mais parte do governo. A saída do então titular da Educação foi anunciada na tarde desta quinta-feira (18) em um vídeo no qual aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro, a quem apelida como o "melhor presidente do Brasil" na legenda da postagem. Até o momento, não foi anunciado o nome do substituto. O atual secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, nome ligado ao guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, é cotado para assumir seu lugar.

Seguidor de Olavo, secretário de alfabetização é cotado para assumir MEC no lugar de Weintraub 

Weintraub não se prolongou sobre os motivos de sua saída do governo, mas afirmou que assumirá a direção do Banco Mundial. "Nesse momento não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco. Eu já fui diretor de um banco no passado, volto no mesmo cargo, porém no Banco Mundial", disse.

Sucessor de Ricardo Vélez Rodríguez, Weintraub assumiu o cargo em abril do ano passado e deixa o comando 14 meses depois. Durante a sua gestão, acumulou polêmicas por declarações que feriram a comunidade judaica, povos indígenas e representantes chineses aqui no Brasil.

Recentemente, foi multado em R$ 2 mil por participar de uma manifestação no dia (14) sem fazer uso de máscara de proteção. A medida é obrigatória por causa de um decreto assinado no Distrito Federal. O grupo desrespeitou uma ordem do governo do Distrito Federal, que proibiu protestos na Esplanada dos Ministérios.

Na segunda-feira, 15, Bolsonaro chegou a recriminar a ida do seu ministro ao ato, dizendo que ele não foi "prudente". Na ocasião, já indicava que o auxiliar seria demitido.  

No entanto, a grande polêmica envolvendo Abraham Weintraub surgiu após a divulgação do vídeo de uma reunião realizada no Palácio no Planalto em 22 de abril. No encontro, o então ministro defendeu a prisão de representantes do Supremo Tribunal Federal, chamados de "vagabundos" na ocasião, o que gerou pressão no atual governo por uma demissão do ministro. Weintraub responde a um processo por causa dessa afirmação.

"A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando. Não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais... o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge... o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse.

Gestão na educação também foi contestada

Embora seguisse com prestígio na ala ideológica, a gestão de Weintraub também era alvo de críticas na comunidade acadêmica e no meio político. Como mostrou o Estadão nesta quarta-feira, radiografia feita na pasta por uma comissão da Câmara indicou uma série de "omissões" do ministro durante o enfrentamento da crise do coronavírus no País. O grupo já havia apontado em novembro "paralisia" nas ações da pasta.

Logo após assumir o ministério, Weintraub também enfrentou protestos em todo o País contra o corte nos orçamentos de universidades federais. Em entrevista ao Estadão, ele afirmou que reduziria os repasses a instituições que não apresentassem o desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, promovessem "balbúrdia" em seus câmpus.

A frase foi usada por estudantes durante atos nas ruas e o MEC precisou recuar, estendendo o bloqueio de verba para todas as universidades federais. Recentemente, os ataques a Weintraub aumentaram nas redes sociais após sua resistência em adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mesmo assim, em maio, o governo confirmou que o Enem será postergado, por causa da pandemia do coronavírus.

A decisão, porém, expôs mais um capítulo da queda de braço dentro do governo. Bolsonaro teve de enquadrar Weintraub após ser informado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que sofreria derrota no Congresso se insistisse em manter a data do Enem.

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