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LIVROS

Mercado literário brasileiro está em transformação

Apesar da crise, está mais fácil publicar um livro

Publicado em 28/10/2019 às 21:54

Dia 29 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro, e também é um bom momento para as editoras refletirem sobre como anda o mercado literário no país.

A Agência Brasil conversou com alguns autores que vêm batalhando para publicar seus livros e viver de seu trabalho com literatura. A autora e editora na Página Editora, de Belo Horizonte (MG), Cláudia Rezende afirma que "Há crise no mercado, temos editoras fechando, livrarias em dificuldade, mas, por outro lado, temos também uma facilidade maior de publicar". Segundo ela, pequenas editoras como a Página "estão realizando sonhos. Antes, dependia-se de grandes editoras, agora não".

Apesar dessa maior facilidade, a concorrência com livros impressos em outros países é muito grande. Uma saída é recorrer à maior qualidade do material e à busca por obras que reflitam as ideias de cada autor.

Alguns escritores vêm, cada vez mais, recorrendo a vaquinhas on-line para realizar a publicação de seu trabalho. A escritora Sílvia Amélia de Araújo, de Goiás (GO), recorreu a esse tipo de financiamento e já publicou alguns livros. Mas apesar de já ter alcançado êxito com seu trabalho, ela afirma que "é difícil viver só da literatura, só da venda de livros, é raríssimo encontrar alguém que viva só disso. Mas, é possível construir uma carreira em torno disso. Eu dou oficinas de escrita, é algo que me dá uma renda e tem relação com o que eu quero fazer".

Estima-se que 44% dos brasileiros sejam não leitores, o que significa que não leram nenhum livro nos últimos três meses, como mostra a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro.

Mas ainda há esperança. O Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa da Nielsen do Brasil e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostra leve melhora de 0,96% das vendas de livros entre setembro e outubro de 2019, em comparação com o mesmo período do ano passado, o que comprova que o mercado está passando por transformações.

Comparando o período entre início de setembro e início de outubro de 2018 e 2019, foram vendidos 2,9 milhões de livros no ano passado e 3 milhões nesse ano. Em valores, o aumento foi de 3,74%, passando de R$ 112,7 milhões para R$ 116,9 milhões. Embora não pareça muito, é uma curva de crescimento que aponta para cima.

Essas mudanças no consumo de livros se devem ao surgimento de diversos clubes de leitura no país, o fortalecimento dos audiolivros e livros digitais, o avanço de livrarias independentes e de nicho e ao enfraquecimento de grandes redes de livrarias. Além disso, a geração atual faz e consome conteúdo literário de uma forma bem específica, conectada diretamente ao seu público.

Profissionais do mercado literário defendem que para que o hábito da leitura se perpetue,  é preciso um trabalho na formação de leitores, partindo do Poder Público.

Um exemplo do que poderia ser feito nesse sentido é a regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), sancionada em lei no ano passado. Essa política visa a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas e, para isso, prevê a formação de pessoal e o fortalecimento dos acervos das bibliotecas públicas.

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